RealSense se torna independente após 14 anos na Intel e avança na tecnologia de percepção 3D
Após 14 anos desenvolvendo suas tecnologias dentro da gigante de semicondutores Intel, a RealSense está seguindo seu caminho como uma empresa independente. Especializada em câmeras que utilizam imagens estereoscópicas e luz infravermelha para criar profundidade, a empresa está revolucionando a forma como máquinas, como robôs, drones e veículos autônomos, percebem o mundo físico ao seu redor. Além disso, a tecnologia também é aplicada em autenticação facial.
“O denominador comum de todos eles é que eles vivem no mundo real e físico,” disse Nadav Orbach, CEO da RealSense, em entrevista ao IAFeed. “Eles precisam entender o ambiente em 3D e, com base nisso, planejar e executar ações no mundo. Para isso, precisam de uma capacidade em tempo real e de alta precisão para compreender o entorno em 3D. E é isso que fazemos melhor.”
Da Intel para o mundo
Orbach, que ingressou na Intel em 2006 como arquiteto de CPUs em Israel, começou a trabalhar com tecnologia de visão em 2011. Em 2022, assumiu o cargo de gerente geral de incubação e inovação disruptiva, mudando-se para São Francisco no ano passado. Ele destacou que, desde os primeiros dias da RealSense, a equipe já previa que a percepção 3D seria um mercado promissor, mas ainda não sabiam exatamente em qual segmento.
“Tentamos em diferentes segmentos de mercado e aplicações, desde reconhecimento de gestos em computadores e telefones, até encontrarmos nosso nicho ao longo dos anos, principalmente na robótica,” explicou Orbach.
Aplicações além da robótica
A RealSense não se limita à robótica. A empresa já recebeu demandas de fazendas de peixes que desejam monitorar o volume dentro de seus tanques. Além disso, em parceria com a PreciTaste, uma empresa de software de restaurantes com IA, a RealSense forneceu câmeras para a Chipotle rastrear quando os recipientes de comida estão vazios.
Com mais de 3.000 clientes e um aumento significativo no interesse nos últimos três a quatro anos, impulsionado pelos avanços da IA, a RealSense decidiu que teria mais chances de acompanhar a demanda e escalar suas operações como uma empresa independente.
Independência e investimento
O plano de se tornar independente foi aprovado pelo ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, no ano passado. Agora, a RealSense levantou uma rodada de financiamento Série A de US$ 50 milhões, liderada pela Intel Capital e outros investidores estratégicos, para dar os primeiros passos como uma empresa autônoma.
“Para mim, foi emocionante, para ser honesto,” disse Orbach. “Sou um executivo veterano na empresa, mas é a primeira vez que estou do outro lado da mesa. Foi uma experiência muito humilhante para mim, como CEO de primeira viagem, levantar fundos.”
Foco no futuro
O capital será direcionado para expandir a equipe de vendas e marketing e aprimorar a tecnologia da empresa. Um dos principais objetivos é melhorar a segurança nas interações entre humanos e robôs, além de avançar no controle de acesso.
“Há uma curva de aprendizado ao sair da zona de conforto,” admitiu Orbach. “Estou extremamente animado com isso. Tenho a sorte de contar com uma equipe forte, com muita experiência empreendedora. Acredito que, com minha bagagem e colegas talentosos, temos a combinação certa para o sucesso. Para mim, é um sonho que se torna realidade.”