Inteligência Artificial e Energia Nuclear: O Caso de Amor das Gigantes Tech com Reatores Atômicos
As empresas que mergulharam fundo no mundo da inteligência artificial estão descobrindo um novo amor: a energia nuclear. A promessa de eletricidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, está levando gigantes da tecnologia a fechar acordos históricos com operadoras de reatores e startups do setor.
As Gigantes Tech na Corrida Nuclear
Meta, Google e Microsoft estão entre as empresas que recentemente anunciaram parcerias estratégicas com o setor nuclear. Essas alianças representam um movimento significativo na busca por fontes de energia confiáveis e constantes para alimentar os data centers massivos necessários para operar modelos de IA avançados.
Mas o Sentimento é Recíproco?
A pergunta que fica é: a indústria nuclear corresponde ao interesse das tech companies? A resposta é sim, mas com ressalvas importantes.
Ninguém está propondo deixar uma IA operar um reator nuclear sozinha, mas as empresas de energia estão cada vez mais interessadas no potencial da tecnologia para otimizar operações no lado empresarial, como explica Bradley Fox, cofundador e CEO da Nuclearn.
Nuclearn: A Startup que Conecta IA e Energia Nuclear
Fox e Jerrold Vincent fundaram a Nuclearn para capitalizar esse interesse crescente. A empresa afirma que suas ferramentas de IA estão sendo utilizadas em mais de 65 reatores nucleares ao redor do mundo.
Recentemente, a startup levantou US$ 10,5 milhões em uma rodada Série A liderada pela Blue Bear Capital, com participação da AZ-VC, Nucleation Capital e SJF Ventures.
Das Salas de Controle para o Mundo
A Nuclearn nasceu quando os fundadores trabalhavam na Usina Nuclear de Palo Verde, a oeste de Phoenix. Eles começaram experimentando formas de simplificar tarefas repetitivas, primeiro com ciência de dados e depois com modelos de IA mais avançados.
“Estávamos meio entediados após o trabalho durante a pandemia”, conta Fox. “Pensamos: ei, vamos trabalhar em uma startup”.
Expansão Global
Logo, outros reatores começaram a perceber o potencial. “Vocês podem fazer para nossa usina o mesmo que fizeram para Palo Verde?”, perguntavam a Fox.
A startup desenvolveu modelos treinados com terminologia específica da indústria nuclear e pode treinar modelos personalizados para utilities e provedores de energia que solicitarem.
Segurança em Primeiro Lugar
Embora o software da Nuclearn rode na nuvem, a empresa também pode ajudar reatores a configurar hardware local se os protocolos de segurança exigirem. O software pode gerar documentação de rotina que os funcionários do reator revisam e aprovam.
“A maior parte da IA na indústria agora é considerada uma ferramenta pela Comissão Reguladora Nuclear”, explica Fox. “É a mesma coisa que usar Excel ou Mathematica ou algum tipo de software de engenharia. A responsabilidade sempre recai sobre uma pessoa”.
Controle Total nas Mãos Humanas
Os operadores de reatores podem definir limites para o nível de automação dependendo de seu conforto e confiança na capacidade do modelo de resolver o problema.
“Se o modelo não souber ou se estivermos inseguros, baseado na configuração selecionada, ele enviará de volta para as pessoas certas para uma verificação dupla”, diz Fox. “Dizemos aos clientes: ‘Pensem nisso como o funcionário júnior'”.
O Futuro da Energia e da IA
Esta convergência entre inteligência artificial e energia nuclear representa um marco significativo na evolução de ambas as indústrias. Enquanto a IA busca energia constante e confiável, a energia nuclear busca eficiência operacional e otimização através da tecnologia.
O casamento entre essas duas forças tecnológicas promete moldar o futuro da produção energética e do desenvolvimento de inteligência artificial nos próximos anos.