Ex-funcionário da OpenAI revela cultura interna e desafios em crescimento acelerado
Há três semanas, Calvin French-Owen, um engenheiro que trabalhou em um dos produtos mais promissores da OpenAI, deixou a empresa. Em um post recente em seu blog, ele compartilhou insights fascinantes sobre sua experiência durante um ano na companhia, incluindo os desafios de desenvolver o Codex, um agente de codificação que compete com ferramentas como Cursor e Claude Code, da Anthropic.
Motivos da saída e contexto
French-Owen esclareceu que sua saída não foi motivada por conflitos, mas pelo desejo de retornar ao mundo das startups. Ele foi cofundador da Segment, uma empresa de dados de clientes adquirida pela Twilio em 2020 por US$ 3,2 bilhões. Suas revelações sobre a cultura da OpenAI misturam expectativas e surpresas, combatendo algumas percepções equivocadas sobre a empresa.
Crescimento acelerado e desafios
Durante seu período na OpenAI, a empresa expandiu de 1.000 para 3.000 funcionários. Esse crescimento vertiginoso trouxe desafios significativos, como problemas de comunicação, estruturas de relatórios desorganizadas e processos de contratação caóticos. “Tudo quebra quando você escala tão rápido”, escreveu French-Owen.
Ambiente de startup em uma gigante
Apesar do tamanho, a OpenAI mantém uma mentalidade de startup, com pouca burocracia e equipes empoderadas para agir rapidamente. No entanto, isso também levou à duplicação de esforços, como a criação de múltiplas bibliotecas para funções semelhantes. O repositório central de código foi descrito como “um depósito”, com desafios frequentes de desempenho.
Lançamento do Codex: um marco
French-Owen destacou o lançamento do Codex, construído em apenas sete semanas por uma equipe enxuta. O sucesso foi imediato, com usuários adotando a ferramenta rapidamente. “Nunca vi um produto ganhar tanto tração apenas por aparecer em uma barra lateral”, comentou.
Cultura de sigilo e vigilância
A OpenAI é altamente vigiada, o que criou uma cultura de segredo para evitar vazamentos. Ao mesmo tempo, a empresa monitora ativamente redes sociais, respondendo a postagens virais. “Um amigo brincou que a empresa funciona com base no clima do Twitter”, escreveu.
Equívocos sobre segurança
French-Owen desafiou a ideia de que a OpenAI negligencia a segurança. Internamente, há foco em riscos práticos, como discurso de ódio e manipulação política, enquanto pesquisadores analisam impactos de longo prazo. “As apostas são altas”, afirmou, destacando o escrutínio de governos e concorrentes.