Venture Capital Aposta em IA para Transformar Setor de Serviços e Criar Margens de Software

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Venture Capital Aposta em IA para Transformar Setor de Serviços e Criar Margens de Software

Os venture capitalists descobriram o que acreditam ser a próxima grande vantagem competitiva no mercado de investimentos: usar inteligência artificial para obter margens típicas de software em empresas de serviços tradicionalmente intensivas em mão de obra.

A Estratégia de Transformação

A estratégia envolve adquirir empresas maduras de serviços profissionais, implementar IA para automatizar tarefas e, em seguida, usar o fluxo de caixa melhorado para adquirir mais empresas em um ciclo virtuoso de crescimento.

Na vanguarda desse movimento está a General Catalyst, que destinou US$ 1,5 bilhão de seu último fundo para o que chama de estratégia de “criação”. Essa abordagem foca em incubar empresas de software nativas em IA em verticais específicas e, em seguida, usar essas empresas como veículos de aquisição para comprar empresas estabelecidas – e seus clientes – nos mesmos setores.

Setores em Transformação

A empresa já fez apostas em sete indústrias, desde serviços jurídicos até gestão de TI, com planos de expandir para até 20 setores no total.

“Os serviços globalmente representam US$ 16 trilhões em receita por ano globalmente”, explicou Marc Bhargava, que lidera os esforços relacionados da General Catalyst. “Em comparação, o software é apenas US$ 1 trilhão globalmente”, observou ele, acrescentando que o fascínio do investimento em software sempre foi suas margens mais altas.

“Se você pode automatizar negócios de serviços também – abordando 30% a 50% dessas empresas com IA, e até automatizando até 70% dessas tarefas principais no caso de call centers – a matemática começa a parecer irresistível.”

Casos de Sucesso

O plano parece estar funcionando. A Titan MSP, uma das empresas da carteira da General Catalyst, recebeu US$ 74 milhões em duas parcelas para desenvolver ferramentas de IA para provedores de serviços gerenciados, depois adquiriu a RFA, uma conhecida empresa de serviços de TI. Através de programas piloto, a Titan demonstrou que poderia automatizar 38% das tarefas típicas de MSP.

Da mesma forma, a empresa incubou a Eudia, que se concentra em departamentos jurídicos internos em vez de escritórios de advocacia. A Eudia já conquistou clientes da Fortune 100, incluindo Chevron, Southwest Airlines e Stripe, oferecendo serviços jurídicos com preço fixo alimentados por IA, em vez da tradicional cobrança por hora.

Margens Impressionantes

A General Catalyst busca dobrar – pelo menos – a margem de EBITDA das empresas que está adquirindo, segundo Bhargava.

“Se 80% do trabalho será feito por IA, pode ter uma margem bruta de 80% a 90%”, explicou Navin Chaddha, diretor administrativo da Mayfield, outra empresa de venture capital que segue estratégia semelhante. “Você poderia ter margens combinadas de 60% a 70% e produzir 20% a 30% de renda líquida.”

Desafios e Oportunidades

No entanto, sinais de alerta sugerem que essa transformação da indústria de serviços pode ser mais complicada do que os VCs antecipam. Um estudo recente descobriu que 40% dos funcionários estão tendo que assumir mais trabalho devido ao que os pesquisadores chamam de “workslop” – trabalho gerado por IA que parece polido, mas carece de substância, criando mais trabalho para colegas.

Os funcionários envolvidos na pesquisa dizem que gastam em média quase duas horas lidando com cada instância de workslop, incluindo primeiro decifrá-lo, depois decidir se deve ou não enviá-lo de volta e, muitas vezes, apenas para corrigi-lo eles mesmos.

Bhargava contesta a noção de que a IA é superestimada, argumentando que todas essas falhas de implementação realmente validam a abordagem da General Catalyst. “Acho que isso mostra a oportunidade, que é: não é fácil aplicar tecnologia de IA a esses negócios”, disse ele.

O Futuro dos Serviços com IA

“Enquanto a tecnologia de IA continuar melhorando, e vermos esse investimento massivo e melhoria nos modelos, acho que haverá cada vez mais indústrias para nós ajudarmos a incubar empresas”, concluiu Bhargava.

A corrida para transformar o setor de serviços de US$ 16 trilhões com inteligência artificial está apenas começando, e os venture capitalists estão apostando alto que podem replicar as margens lucrativas do software em indústrias tradicionalmente intensivas em mão de obra.

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