Lincoln Center anuncia nova turma de artistas que exploram inteligência artificial e realidade virtual nas artes cênicas

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Programa Collider Fellowship seleciona seis artistas multidisciplinares para investigar o potencial da tecnologia nas performances ao vivo

Em um momento de intensa discussão sobre o impacto da tecnologia nas artes e na cultura, o Lincoln Center for the Performing Arts anuncia sua segunda turma de bolsistas do programa Collider Fellowship. A iniciativa reúne artistas multidisciplinares para explorar as oportunidades que as novas tecnologias apresentam para as artes cênicas e performances ao vivo.

Uma visão otimista sobre tecnologia e arte

Jordana Leigh, vice-presidente de programação do Lincoln Center, expressou entusiasmo com a nova turma: “Adoro que todos são pessoas realmente pensantes que não estão apenas considerando o trabalho em si, mas como ele se encaixa em uma conversa maior sobre artes e tecnologia”.

Leigh se descreve como uma “eterna otimista” sobre como a tecnologia pode beneficiar as artes. Sobre as preocupações em torno da IA, ela contrapõe: “Estou animada com artistas que podem usar a IA como ‘mais uma ferramenta em seu kit, como um mixer para som ou um pincel para tinta'”.

Ela também sugere que, para alguns artistas, “a tecnologia está alcançando sua visão, versus sua visão alcançando esta tecnologia”.

Exemplo inspirador: Dream Machine

Para ilustrar esse potencial, Leigh citou a instalação Dream Machine, de Nona Hendryx, uma das primeiras bolsistas do Collider. A obra utiliza combinação de IA, realidade virtual e realidade aumentada para imergir visitantes, especialmente pessoas BIPOC, em ambientes afrofuturistas.

“O Dream Machine mostra como a arte pode ajudar ‘pessoas que não se veem na tecnologia a começarem a se ver nela — particularmente pessoas negras e pardas, especialmente mulheres negras e pardas'”, explicou Leigh.

Os novos talentos selecionados

Os seis novos bolsistas do Collider, selecionados através de um processo baseado em indicações, incluem:

  • Cinthia Chen – Artista e tecnóloga multidisciplinar cujo trabalho combina performance, instalação e design de projeção
  • Sam Rolfes – Performista virtual e co-diretor do estúdio Team Rolfes, com trabalhos para Lady Gaga, Arca e Netflix
  • James Allister Sprang – Primeiro artista baseado nos EUA a trabalhar com o sistema 4D Sound
  • Stephanie Dinkins – Nomeada uma das 100 pessoas mais influentes em IA pela Time Magazine
  • Kevin Peter He – Trabalha com filmes, performance e motores de jogo para explorar narrativas
  • Dr. Rashaad Newsome – Combina colagem, performance, IA e robótica para explorar expressão cultural negra e queer

Suporte não-transacional

O programa oferece aos artistas espaço de estúdio no Lincoln Center e no Onassis ONX, além de um apoio financeiro e suporte da equipe do centro por seis meses. Diferente de muitas iniciativas, a bolsa não exige que os artistas concluam um projeto final.

“Ambas as abordagens são ‘maneiras completamente aceitáveis de usar esta bolsa'”, afirmou Leigh, referindo-se a artistas que produzem múltiplos protótipos versus aqueles que preferem tempo para pesquisa e rejuvenescimento criativo.

O futuro das experiências artísticas

Leigh descreveu-se como “reforçando experiências baseadas em localização”, particularmente aquelas que envolvem VR, AR e realidade estendida. No entanto, ela também sugeriu que os Collider Fellows podem ajudar o Lincoln Center a repensar as formas de alcançar públicos globalmente.

“Não acho que estamos fechando a porta para nada agora”, concluiu, indicando um futuro aberto às possibilidades que surgem da interseção entre arte e tecnologia.

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