Revolução no Streaming: Odyssey Lança IA que Transforma Vídeos em Experiências Interativas 3D

Share

Revolução no Streaming: Odyssey Lança IA que Transforma Vídeos em Experiências Interativas 3D

A startup Odyssey, fundada pelos pioneiros da condução autónoma Oliver Cameron e Jeff Hawke, está a redefinir os limites do consumo de vídeo com uma nova e promissora tecnologia de Inteligência Artificial (IA). A empresa desenvolveu um modelo de IA capaz de gerar e transmitir vídeo com o qual os utilizadores podem interagir em tempo real, de forma semelhante a um videojogo imersivo.

Esta inovação, já disponível numa demonstração inicial na web, permite que os espectadores explorem ativamente o conteúdo de um vídeo, controlando a sua perspetiva e movendo-se dentro do ambiente virtual. A Odyssey revelou que o seu sistema gera e transmite novos frames de vídeo a cada 40 milissegundos, criando uma experiência fluida e dinâmica.

Mergulhando em Mundos Gerados por IA

No seu blog oficial, a Odyssey explica o conceito por detrás desta tecnologia: “Dado o estado atual do mundo, uma ação iminente e um histórico de estados e ações, o modelo tenta prever o próximo estado do mundo”. Este é o trabalho de um novo “modelo de mundo”, que, segundo a empresa, possui “capacidades como gerar píxeis que parecem realistas, manter a consistência espacial, aprender ações a partir de vídeo e produzir fluxos de vídeo coerentes por 5 minutos ou mais”.

Apesar do potencial, a Odyssey reconhece que a versão demo ainda apresenta limitações. Os ambientes gerados podem, por vezes, parecer desfocados, distorcidos ou sofrer alterações inesperadas na sua disposição. No entanto, a startup está empenhada em aperfeiçoar rapidamente o modelo, que atualmente pode transmitir vídeo até 30 frames por segundo, com um custo de processamento em GPUs Nvidia H100 estimado entre 1 a 2 dólares por hora de utilização.

A Corrida pelos “Modelos de Mundo” e o Impacto na Indústria

A Odyssey não está sozinha na exploração dos “modelos de mundo”. Grandes nomes da tecnologia e outras startups, como a DeepMind, World Labs (da investigadora Fei-Fei Lee), Microsoft e Decart, também estão a investir nesta área, como noticiado pelo portal IAFeed. Acredita-se que estes modelos têm o potencial de revolucionar não só o entretenimento, como jogos e filmes interativos, mas também criar simulações realistas para treino de robôs e outras aplicações.

Contudo, o avanço desta tecnologia levanta questões na comunidade criativa. Uma investigação recente, mencionada pelo IAFeed, indicou que alguns estúdios de videojogos já utilizam IA para otimizar custos, num cenário que inclui despedimentos. Um estudo de 2024, encomendado pela Animation Guild, estimou que mais de 100.000 empregos nos setores de cinema, televisão e animação nos EUA poderão ser impactados pela IA nos próximos meses.

A Visão da Odyssey: Colaboração em Vez de Substituição

Perante estas preocupações, a Odyssey afirma o seu compromisso em colaborar com os profissionais criativos, e não em substituí-los.

“O vídeo interativo […] abre a porta a formas de entretenimento totalmente novas, onde as histórias podem ser geradas e exploradas sob demanda, livres das restrições e custos da produção tradicional”, escreve a empresa. “Com o tempo, acreditamos que tudo o que é vídeo hoje – entretenimento, anúncios, educação, treino, viagens e mais – evoluirá para vídeo interativo, tudo impulsionado pela Odyssey.”

Para diferenciar a sua abordagem, a Odyssey desenvolveu um sistema de câmaras de 360 graus, montado em mochilas, para capturar dados do mundo real. A startup acredita que este método permitirá treinar modelos de IA de maior qualidade em comparação com os que utilizam apenas dados publicamente disponíveis. No final do ano passado, a Odyssey também revelou planos para um software que permitirá aos criadores importar cenas geradas pela sua IA para ferramentas de edição populares como Unreal Engine, Blender e Adobe After Effects.

Apoio Sólido e Planos Futuros

Com um financiamento de 27 milhões de dólares proveniente de investidores como EQT Ventures, GV e Air Street Capital, a Odyssey conta ainda com o apoio de Ed Catmull, cofundador da Pixar e antigo presidente da Walt Disney Animation Studios, que integra o conselho de administração.

Olhando para o futuro, a Odyssey planeia continuar a refinar a sua tecnologia.

“Estamos a pesquisar representações de mundo mais ricas que capturem dinâmicas de forma muito mais fiel, enquanto aumentamos a estabilidade temporal e o estado persistente”, partilha a empresa. “Paralelamente, estamos a expandir o espaço de ação do movimento para a interação com o mundo, aprendendo ações abertas a partir de vídeo em grande escala.”

Com esta visão ambiciosa e tecnologia inovadora, a Odyssey posiciona-se como um nome a seguir na vanguarda da próxima geração de entretenimento digital e simulação interativa.

Read more

Local News