OpenAI Anuncia Nova Estratégia de Reestruturação: Entidade Sem Fins Lucrativos Manterá Controle Chave

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OpenAI Anuncia Nova Estratégia de Reestruturação: Entidade Sem Fins Lucrativos Manterá Controle Chave

A OpenAI, proeminente organização no campo da inteligência artificial, revelou nesta segunda-feira um novo plano de reestruturação corporativa. Esta decisão surge após discussões com os procuradores-gerais da Delaware e da Califórnia, que monitoravam as tentativas da empresa de modificar sua complexa estrutura organizacional.

Atualmente, o conselho sem fins lucrativos da OpenAI é responsável por governar as operações com fins lucrativos da entidade. De acordo com a nova proposta, o braço com fins lucrativos da OpenAI será transformado em uma Corporação de Benefício Público (PBC). Crucialmente, esta PBC continuará sob o controle da organização sem fins lucrativos da OpenAI.

Este novo modelo de reestruturação busca atender às preocupações de reguladores e investidores, que já aportaram bilhões de dólares na companhia. Contudo, a mudança pode introduzir complexidades nos planos futuros da OpenAI, particularmente se a empresa considerar uma eventual oferta pública inicial (IPO).

Um plano anterior, que permitiria ao braço com fins lucrativos operar de forma mais independente do conselho sem fins lucrativos – este último vinculado à missão de garantir que a inteligência artificial geral beneficie toda a humanidade – foi descartado. A nova direção reafirma o controle da entidade sem fins lucrativos, que também se tornará uma acionista majoritária da recém-formada PBC.

O Desafio de um Possível IPO

Apesar de uma estrutura mais convencional poder, teoricamente, facilitar a captação de mais capital através de um IPO, especialistas apontam obstáculos significativos. Stephen Diamond, professor de governança corporativa na Universidade de Santa Clara, comentou ao IAFeed que o caminho para a OpenAI se tornar uma empresa pública sob o novo plano é “muito estreito”.

“A minha percepção é que existe um enorme valor de propriedade intelectual ao nível da organização sem fins lucrativos da OpenAI,” afirmou Diamond. “Mas se a PBC não detém nem controla o PI central, e tem apenas uma licença de uso, então em que consistiria o IPO? Esse é o desafio.”

Rose Chan Loui, diretora executiva do Programa de Direito sobre Filantropia e Organizações Sem Fins Lucrativos da UCLA, também expressou ceticismo, indicando ao IAFeed que um IPO seria “muito mais difícil neste cenário”, dada a influência limitada que os acionistas teriam sobre as decisões da empresa, caso a tecnologia crítica permaneça sob controle da entidade sem fins lucrativos.

Um porta-voz da OpenAI, Steve Sharpe, confirmou que a organização sem fins lucrativos continuará a controlar a tecnologia da empresa e que, embora não haja planos imediatos para um IPO, tal movimento seria “teoricamente” possível.

Pressões e Reações Diversas

A OpenAI tem enfrentado considerável pressão durante seu processo de reestruturação. Recentemente, um grupo de ex-funcionários solicitou aos procuradores-gerais da Califórnia e Delaware que bloqueassem a conversão, argumentando um desalinhamento com os princípios fundadores da OpenAI. Ambos os gabinetes dos procuradores-gerais confirmaram que estão a analisar o novo plano.

Grandes investidores, incluindo a Microsoft e o Softbank, também estão atentos. A Microsoft, em particular, ainda não concedeu sua aprovação formal à nova estrutura, buscando garantias para proteger seu investimento multibilionário, conforme reportado pela Bloomberg.

Adicionando à complexidade, Elon Musk, cofundador da OpenAI e agora à frente da concorrente xAI, tem sido uma voz crítica. Musk apresentou uma oferta de aquisição e moveu uma ação judicial contra a OpenAI e a Microsoft, acusando-as de abandonar a missão original sem fins lucrativos. Recentemente, um juiz federal negou várias moções da OpenAI para arquivar partes do processo de Musk, uma decisão que, segundo Diamond, representou uma “vitória modesta” para Musk e pode ter influenciado a mudança de estratégia da OpenAI, embora o CEO Sam Altman tenha negado publicamente qualquer impacto do processo nas decisões da empresa.

O principal advogado de Musk no caso, Marc Toberoff, declarou ao IAFeed que o novo plano de reestruturação “não muda nada”, sugerindo que a disputa legal deve continuar.


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